MC MARCINHO COMEMORA 30 ANOS DE CARREIRA E DEBATE SOBRE RELIGIÃO, CASAMENTO E FUNK EROTIZADO: ‘MEU DIFERENCIAL É FALAR DE AMOR’

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Se quiser falar de amor, continue ouvindo Marcinho. Com os versos de “Quero te levar”, música que acaba de lançar em parceria com a rapper Lourena, do Poesia Acústica, o MC de 44 anos reafirma todo o romantismo que o consagrou no funk melody. E lá se vão 30 anos desde que o jovem de Duque de Caxias trocou o sonho de se tornar jogador de futebol pela carreira musical, ao apresentar “Rap do solitário” num concurso de clube. As comemorações pela efeméride já começaram, com o lançamento deste single e de “Salve favela”, com Babu Santana. Em fevereiro de 2023, a gravação de um DVD marcará o ápice dos festejos pela trajetória vitoriosa do Príncipe do Funk. Em conversa com o “Sessão Extra”, Márcio André Nepomuceno Garcia fez um balanço do que viveu até aqui e do que ainda está por vir.

Origens

“Meu pai era marceneiro e sambista nas horas vagas. Eu nunca achei que a música fosse ser a minha profissão e que eu chegaria tão longe. Antes de começar a cantar (em 1993), trabalhei como ajudante de pedreiro, vendendo picolé e salgado na praia, matando galinha em aviário, estampando camiseta… Entre 1999 e 2000, quando o funk coreografado virou foco, não me encaixei. Atuei nos serviços gerais de um hospital para me sustentar, com dois filhos pequenos. Só quando “Glamourosa” estourou (2001), pude viver da música”.

Funk erotizado

“É válido. Tem gosto pra tudo, né? Não é a minha vibe, mas é a de muita gente. A garotada gosta do “senta, senta”. Minha música tem melodia, mensagem mais profunda, letra mais consciente”.

Muito romântico

“Até hoje, mesmo nas músicas mais dançantes, eu falo de amor. Esse foi e é o meu diferencial. Eu me considero um romântico à moda antiga. Compus ‘Desejo’ para a minha mulher (Kelly Garcia, com quem está há 25 anos e casado há 15), falo que a amo toda hora, levo o café da manhã na cama, demonstro carinho e cumplicidade. Ela só me proibiu de dar ursinhos de presente porque não tem mais espaço pra guardar (risos). Chamo-a de Dona Flor. Mas não é por causa de dois maridos, não! É que minha mulher adora cuidar de plantas, só quer saber disso. A gente tem se curtido muito, viaja bastante a dois, agora que os filhos estão grandes (Marcelly, de 23 anos, e Marcelo, de 21, são frutos dessa relação; o cantor ainda tem outros três herdeiros: Matheus, de 23, Sara, de 22, e Marcinho, de 16). O único arrependimento que tenho na vida foi ter me separado dela por dois anos. Fui precipitado. Se tivesse dialogado, poderia ter evitado esse erro”.

Príncipe do Funk

“Ganhei esse apelido da Xuxa (musa inspiradora de ‘Glamourosa’, ao lado de Verônica Costa). Regina Casé também me chamava assim. Muita gente me fala que eu sou o Rei do Funk. Nada! Rei, pra mim, só existe um, Jesus Cristo”.

Religiosidade

“Eu sou evangélico, frequento a Ipan (Igreja Profetizando às Nações), da Fernanda Brum e do Pastor Emerson Pinheiro. É onde eu me sinto bem, em paz. Mas respeito todas as religiões. Não levanto bandeira de nada, só de Jesus Cristo, porque ele não falha”.

Consciência Política

“Neste momento, meu voto vai pra Simone Tebet. Acho ela sensata, pacífica, agregadora. Com todo o respeito, tem muita gente da bancada evangélica que não me representa. Eu voto pelo caráter da pessoa, e não pela religião. Está uma guerra muito grande entre Bolsonaro e Lula, o país é muito maior que isso. Os brasileiros deveriam dar chances para novos candidatos. Estão viciados nos políticos que conhecem há anos, acham que não adianta votar nos outros porque nunca vão ganhar. Se todo mundo pensar assim, a renovação nunca vai acontecer. Pra mim, não tinha que haver reeleição. Governou quatro anos, sai”.

Preconceito

“Musicalmente, eu não sofri tanto preconceito quanto outros MCs. Meu funk era mais aceito, de programas de TV ao Copacabana Palace. E pra racismo eu nunca baixei a cabeça. Se via segurança me seguindo em loja, peitava: ‘Algum problema? Está achando que eu não posso comprar?’. Hoje em dia, mesmo conhecido, percebo olhares tortos quando só tem eu de negão no lugar. Ficam olhando e se perguntando que artista ou jogador de futebol eu sou. Nunca passa pela cabeça que eu posso ser médico, engenheiro… Ainda tem muita luta pela frente”.

Saúde em dia

“Eu espero ter mais do que sete vidas (risos). Foram muitos sustos (ele já ficou em cadeira de rodas por meses após um acidente de trânsito, foi atingido por tiros num assalto, teve uma grave infecção no estômago, ficou no CTI com Covid, esteve em coma após uma infecção no pé e passou por cirurgias cardíacas). Graças a Deus, minha saúde hoje está ótima, estou bem cuidado. Cada luta dessa aí foi me moldando num ser humano melhor”.

Medo

“Ninguém quer morrer, né? Se eu pudesse, seria pra sempre. Minha maior preocupação é o legado que vou deixar. Como minha família e meus amigos vão me enxergar depois que eu for? A pior coisa é morrer e ser lembrado como um falastrão, um mau-caráter. Que triste falarem: ‘Já vai tarde, não valia nada’. Quero que se lembrem de mim com saudade, como eu sinto do Catra, do Sapão… Procuro ser o mais justo, honesto, trabalhador. Nunca passar por cima de ninguém. Quando jovem, eu era impulsivo, irresponsável. Hoje, levo uma vida comum, tranquila”.

O meu lugar

“Moro em Bangu desde os 16 anos. E não quero sair. Aqui, conheci minha esposa, construí minha família. Aqui eu consigo ser eu, o Márcio. Por mais que as pessoas ainda me parem para tirar fotos, de vez em quando, eu vou à padaria, à farmácia, fico descalço depois do futebol… Eu amo esse lugar como eu amo minha Caxias”.

 

 

FONTE: EXTRA https://extra.globo.com/tv-e-lazer/musica/mc-marcinho-comemora-30-anos-de-carreira-debate-sobre-religiao-casamento-funk-erotizado-meu-diferencial-falar-de-amor-25577658.html

 

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