Itana Amparo dos Santos foi esfaqueada pelo marido em casa, em Vicente Pires, após dizer que queria se separar dele e mudaria de endereço
O feminicídio da auxiliar de limpeza Itana do Amparo dos Santos, 36, morta pelo marido nessa terça-feira (20/6), em Vicente Pires, teve como testemunhas os três filhos da vítima — de 12, 13 e 14 anos. Após esfaquear a companheira no pescoço na frente dos jovens, o assassino, Celi Costa do Amaral Nascimento, 41, fugiu a pé do local do crime, mas foi preso minutos depois.
O casal estava junto havia 19 anos. Na tarde dessa terça-feira (21/6), Itana e o companheiro tiveram uma discussão em casa, porque ela teria dito que pretendia se separar do companheiro e mudar de endereço.
Possessivo e violento, Celi foi à cozinha do imóvel onde a família morava, no momento em que Itana separava alguns objetos para levar consigo, e pegou uma faca na gaveta.
Ao reencontrar a vítima, esfaqueou-a no pescoço e nas costas. Além dos três filhos do casal, o irmão da vítima e parentes do agressor presenciaram o feminicídio.
Uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) encontrou Celi nas proximidades de um córrego em Vicente Pires. Ele confessou ter esfaqueado Itana e disse que havia misturado bebida alcoólica com medicamentos horas antes do crime.
A vítima foi levada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Vicente Pires, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A faca usada no crime foi apreendida e encaminhada à perícia da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Agressões anteriores
Antes de ser morta, a vítima havia registrado duas ocorrências de violência doméstica contra Celi, uma em 2011, outra em 2021, após ser agredida e ameaçada.
Na denúncia mais recente, a Justiça concedeu medidas protetivas de urgência em favor de Itana. Porém, no mesmo ano, o processo foi arquivado, e as medidas acabaram revogadas. Nessa terça-feira (20/6), o assassino matou a auxiliar de limpeza, não havia qualquer determinação desse tipo vigente.
A vítima também havia comentado com uma vizinha, em algumas oportunidades, sobre o comportamento do marido. E, na semana do crime, Itana teria dito ao agressor que pretendia se separar dele.
O feminicídio é investigado pela 8ª Delegacia de Polícia (SIA). Há possibilidade de pedido de aumento da pena do agressor, pelo fato de o crime ter ocorrido na frente dos filhos do casal, e Celi pode ser condenado a até 30 anos de prisão.