A Neuralink, startup do fundador da Tesla, Elon Musk, anunciou, nesta quinta-feira (25), que foi autorizada pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, sigla em inglês), órgão regulador dos Estados Unidos, a testar seus implantes cerebrais em seres humanos. “É um primeiro passo importante, que um dia permitirá à nossa tecnologia ajudar muitas pessoas”, tuitou a empresa, com sede na Califórnia, acrescentando que “as seleções para os testes clínicos ainda não estão abertas”.
A Neuralink desenvolve dispositivos com o objetivo de fazer o cérebro interagir diretamente com computadores. Inicialmente, estes dispositivos devem servir para ajudar pessoas com paralisia ou que sofrem de doenças neurológicas.
“Trabalhamos duro para estarmos prontos para nosso primeiro (implante) humano e obviamente queremos ser extremamente cuidadosos e estar seguros de que funcionará bem antes de colocar o dispositivo em um humano”, disse Musk em uma apresentação da Neuralink em dezembro.
A empresa busca que estes implantes sejam suficientemente seguros e confiáveis para serem usados em cirurgias eletivas (não emergenciais), e que os interessados paguem milhares de dólares para dotar seu cérebro de uma capacidade de computação.
Para Musk, estes implantes devem permitir à humanidade chegar a uma “simbiose com a IA (inteligência artificial)”, segundo um discurso feito durante uma conferência anual da empresa em 2020. Em diversas ocasiões, Musk alertou para os perigos da IA e tornou público seu medo de que a mesma ultrapasse os seres humanos e assuma o controle.
Protótipos
Em março, Musk fundou a X.AI, uma nova empresa dedicada à IA, provavelmente para competir com a OpenAI, criadora do ChatGPT, programa de IA generativa capaz de interagir com os seres humanos e produzir todo tipo de texto.
No fim de novembro passado, Musk tuitou: “Agora estamos confiantes em que o dispositivo da Neuralink está pronto para os seres humanos. O calendário depende do processo de aprovação da FDA”. Por ora, os protótipos, do tamanho de uma moeda, foram implantados em crânios de animais.
Vários primatas foram capazes tanto de “jogar” jogos eletrônicos como de “digitar” palavras em uma tela apenas seguindo o movimento do cursor, de acordo com as apresentações da Neuralink.
A Synchron, outra empresa que trabalha no controle mental de computadores, anunciou, em julho passado, que havia implantado a primeira interface cérebro-máquina nos Estados Unidos. Vários pacientes testam o implante, para poderem redigir e-mails ou navegar na internet graças a seus olhos e cérebro.
Fonte:GZH